domingo, 12 de outubro de 2014

Pantaleão e as Visitadoras, de Mario Vargas Llosa


Mario Vargas Llosa – Pantaléon y las Visitadoras. Octava Edción. Madrid, Espanha, 2002.391 pgs.

O escritor nasceu em Arequipa, no Peru, em 1936. É reconhecido internacionalmente desde 1961, quando publicou seu premiado romance “A cidade e os cachorros”. Escreveu ainda: “Conversa na Catedral”, “Pantaleão e as visitadoras”, “Tia Julia e o escrevinhador”, “A Guerra do fim do mundo”, “Quem matou Palomino Molero?”, “Cartas a um jovem escritor”, “Travessuras da menina má” e “O herói discreto” (de 2013).
Ao longo de seu percurso literário recebeu inúmeros prêmios importantes. Tive o prazer de ler este romance no original em 2002. No Brasil só seria editado em 2007 (Pantaleão e as Visitadoras) pela Alfaguarra, com 246p.
A leitura me divertiu muitíssimo, pois o tresloucado humor dos relatos é contagiante. O próprio autor afirmou que deu boas gargalhadas ao escrever esse romance, em 1973, em Barcelona. Diz Vargas Llosa que jamais havia tido e nem voltou a ter tanto sucesso de público como com esse livro. A adaptação para o cinema peruano revelou-se um grande sucesso também.
O autor peruano escreveu essa história baseado em fatos reais. Os soldados das Forças Armadas do Peru viviam solitários e isolados na Amazônia, protegendo as fronteiras da Pátria. Com frequência violentavam as mulheres solteiras ou casadas, manchando a imagem do Exército.
O Exército peruano teria que buscar uma solução. Em sigilo, dois generais e um coronel promovem o Capitão Pantaleão Pantoja (obediente, bom militar, muito disciplinado) e o indicam para uma missão inusitada: organizar um bordel na Selva Amazônica para atender à soldadesca e aplacar seus apetites sexuais.
Tal segredo militar obrigaria ao capitão apresentar-se em trajes civis como homem de negócios – e assim aconteceu: Pantaleão, sua mulher e sogra seguem para Iquitos.
O Capitão se joga de  corpo e alma nessa “operação militar”. Com o apoio de Leonor Chuchupe, dona de um bordel em vias de falência, arrebanha as visitadoras (prostitutas). Reforma um casarão para ser o Centro Logístico das Operações e compra barcos para percorrer o rio e levar as meninas para atender aos soldados.
Pantaleão cria um rigoroso regulamento para o atendimento e sempre ressalta o sacrifício e o patriotismo das visitadoras.
Os ofícios e os longos relatórios que Panta envia para o Exército são verdadeiras “pérolas”: com gráficos sobre o número de atendimento das visitadoras, relações sexuais “cronometradas” e ofícios solicitando verbas para ampliar a missão. Na rádio Amazônia, o repórter Sinchi vocifera contra a missão e alegra o envolvimento do Exército.
A “missão militar”, que deveria ser sigilosa e muito discreta, tornou-se uma vasta rede de prostituição na Selva Amazônica.
A chegada de uma nova e belíssima visitadora, colombiana, despertará uma paixão arrebatadora em Pantaleão Pantoja, que verá sua missão e sua vida ficarem de ponta cabeça. A tensão entre o cômico e o trágico é enorme.
Bem... nada mais posso revelar!


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