Mario
Vargas Llosa – Pantaléon y las Visitadoras. Octava Edción. Madrid, Espanha, 2002.391
pgs.
O escritor nasceu em Arequipa, no
Peru, em 1936. É reconhecido internacionalmente desde 1961, quando publicou seu
premiado romance “A cidade e os cachorros”. Escreveu ainda: “Conversa na
Catedral”, “Pantaleão e as visitadoras”, “Tia Julia e o escrevinhador”, “A
Guerra do fim do mundo”, “Quem matou Palomino Molero?”, “Cartas a um jovem
escritor”, “Travessuras da menina má” e “O herói discreto” (de 2013).
Ao longo de seu percurso
literário recebeu inúmeros prêmios importantes. Tive o prazer de ler este
romance no original em 2002. No Brasil só seria editado em 2007 (Pantaleão e as
Visitadoras) pela Alfaguarra, com 246p.
A leitura me divertiu muitíssimo,
pois o tresloucado humor dos relatos é contagiante. O próprio autor afirmou que
deu boas gargalhadas ao escrever esse romance, em 1973, em Barcelona. Diz Vargas
Llosa que jamais havia tido e nem voltou a ter tanto sucesso de público como
com esse livro. A adaptação para o cinema peruano revelou-se um grande sucesso
também.
O autor peruano escreveu essa
história baseado em fatos reais. Os soldados das Forças Armadas do Peru viviam
solitários e isolados na Amazônia, protegendo as fronteiras da Pátria. Com
frequência violentavam as mulheres solteiras ou casadas, manchando a imagem do
Exército.
O Exército peruano teria que
buscar uma solução. Em sigilo, dois generais e um coronel promovem o Capitão
Pantaleão Pantoja (obediente, bom militar, muito disciplinado) e o indicam para
uma missão inusitada: organizar um bordel na Selva Amazônica para atender à
soldadesca e aplacar seus apetites sexuais.
Tal segredo militar obrigaria ao
capitão apresentar-se em trajes civis como homem de negócios – e assim
aconteceu: Pantaleão, sua mulher e sogra seguem para Iquitos.
O Capitão se joga de corpo
e alma nessa “operação militar”. Com o apoio de Leonor Chuchupe, dona de um
bordel em vias de falência, arrebanha as visitadoras (prostitutas). Reforma um
casarão para ser o Centro Logístico das Operações e compra barcos para
percorrer o rio e levar as meninas para atender aos soldados.
Pantaleão cria um rigoroso regulamento para o
atendimento e sempre ressalta o sacrifício e o patriotismo das visitadoras.
Os ofícios e os longos relatórios
que Panta envia para o Exército são verdadeiras “pérolas”: com gráficos sobre o
número de atendimento das visitadoras, relações sexuais “cronometradas” e
ofícios solicitando verbas para ampliar a missão. Na rádio Amazônia, o repórter
Sinchi vocifera contra a missão e alegra o envolvimento do Exército.
A “missão militar”, que deveria
ser sigilosa e muito discreta, tornou-se uma vasta rede de prostituição na Selva
Amazônica.
A chegada de uma nova e belíssima
visitadora, colombiana, despertará uma paixão arrebatadora em Pantaleão
Pantoja, que verá sua missão e sua vida ficarem de ponta cabeça. A tensão entre
o cômico e o trágico é enorme.
Bem... nada mais posso revelar!
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